O que ler neste relatório
O mercado de FIIs está com uma volatilidade muito elevada, então, vou começar o relatório dando uma recomendação para o assinante, é o momento de priorizar a busca por conhecimento nos investimentos.
Por vezes eu destaco um ou outro tópico que o assinante que está sem tempo deveria ler, mesmo que não tenha o fundo. Busco fazer isso pois sei como os nossos dias são corridos.
Ocorre que desta vez, onde eu consegui encaixar reflexões sobre o que está ocorrendo no nosso mercado eu encaixei. Desde os textos iniciais, até os tópicos dos fundos.
Assim, separa aquela 1h ou 2h para ler tudo que escrevemos esta semana para você, acredito que deva lhe auxiliar bastante. Priorize um pouco isso, acredito que vá lhe dar bons frutos no futuro.
Dados Econômicos
Esta semana tivemos a divulgação do PIB do 3º trimestre e o número veio levemente acima das expectativas de mercado. O PIB teve um crescimento de 0,90% neste trimestre, puxado especialmente pelo setor de serviços (falamos mais disso adiante). No trimestre anterior o PIB já havia crescido 1,40%. Com isso, possivelmente fecharemos o ano de 2024 com um crescimento de 3,50%, ou mais de nossa economia.
Além disso, o IBGE revisou o crescimento econômico de 2023, subindo de 2,90% para 3,20%, demonstrando que o crescimento no ano anterior foi melhor do que já tinha sido.
A notícia é boa, ou é ruim? Depende.
Indiscutivelmente um crescimento nesses patamares é excelente, especialmente para o universo dos FIIs. Um PIB crescente permite que FIIs de tijolo tenham mais facilidade de repassar reajustes de contratos de locação para as empresas, pois há demanda por imóvel, por vezes, conseguindo aplicar revisionais. Se olharmos para o setor de shoppings, temos mais circulação de pessoas, mais consumo e isso aumenta a receita. Ou seja, um PIB crescente é muito positivo.
O problema é que o PIB está crescendo muito concentrado em gastos do Governo e reflexos disso, como o setor de serviços e o consumo. Isso aumenta a preocupação de que não vamos conseguir manter este crescimento econômico, bem como o aumento da preocupação do aumento da dívida brasileira. Se não mantiver o crescimento econômico, tudo que eu falei no parágrafo anterior ser perde. Se mantiver o aumento de gastos, o risco fiscal aumenta e os investidores passam a exigir juros mais elevados, resultado, dólar para cima e bolsa para baixo.
Depois, um PIB crescendo, em parte por causa do estímulo de gastos do Governo, nos leva a situação que a carta inicial dos relatórios da Vinci chamou de “um pé no freio e outro no acelerador”, onde essa situação eleva o risco inflacionário, enquanto o Copom segue subindo os juros. Um PIB crescendo dessa forma pode gerar mais inflação e aumentar a necessidade de alta dos juros, isso gera uma maior dificuldade de as empresas conseguirem crescer, gerando a necessidade de o Governo seguir gastando para sustentar este crescimento, podendo entrar em um círculo vicioso.
Assim, uma notícia que deveria ser positiva, acaba, por vezes, sendo interpretadas pelos agentes de mercado como negativa e preocupante para o longo prazo. O resultado é o que estamos vendo no mercado, juros futuros subindo, investimentos de risco desvalorizando dia após dia.
Na próxima semana teremos a divulgação do IPCA no dia 10 e, no dia 11, teremos a decisão do Copom sobre a taxa Selic. A expectativa é que a alta fique em 50bps, ou até mesmo 75 bps, confirmando esta preocupação dos investidores. Uma alta de 75bps poderá fazer com que os investidores fiquem mais estressados ainda e reduza a busca por comprar FIIs.
