Dados Econômicos
Uma das decisões mais esperadas da semana, mas que veio dentro das expectativas. Não, não foram as eleições nos EUA, mas sim a decisão do Copom sobre os juros. O Copom decidiu subir novamente os juros, desta vez em 50 bps, levando-os para 11,25%. O comunicado da decisão trouxe poucas mudanças do último comunicado. Chama a atenção a expectativa de inflação um pouco mais levada do que a apresentada no último comunicado.
O comunicado ainda segue no tom de que a política fiscal tem afetado preços e expectativas e isso tem pressionado a inflação.
O Copom segue não dando sinais sobre suas próximas decisões, mas a expectativa de mercado segue para um novo aumento de 50 bps na última reunião do ano, o que deve fazer os juros fecharem em 11,75%.
Uma curiosidade de ser trazida. O primeiro boletim Focus de 2024, o qual compila as expectativas de mercado, apresentava um fechamento da Selic em 9% neste ano de 2024, indo para 8,50% em 2025. Já o câmbio esperava-se fechar em R$ 5,00. Assim, muito cuidado com a tentativa de prever o futuro, ou achar que consegue definir o que vai acontecer na economia. Podemos ter expectativas sim e devemos ter para definir os nossos investimentos, no entanto, ter uma boa diversificação e saber usá-la é que vai te proteger do que não sabemos.
Final de ano está chegando e, para quem gosta das redes sociais, logo começaremos a ver vídeos com “5 FIIs para investir e ganhar dinheiro em 2025” ou “os FIIs mais promissores para 2025” e assim por diante. Não há problema algum assistir esses vídeos, por vezes com conteúdos bons, por vezes com conteúdos péssimos. Mas lembre-se de assistir com este viés do que acontece com o Boletim Focus e da incapacidade de alguém lhe dizer o que vai acontecer com qualquer investimento no futuro.
Esta semana ainda foi divulgado o IPCA de outubro, o qual fechou em 0,56%, patamares elevados e em linhas com as expectativas. As expectativas são de uma inflação mais elevada para este último trimestre do ano. Com isso, o acumulado em 12 meses fechou em 4,76%, acima do intervalo de tolerância para a meta, que é de 4,50%, o que deve seguir pressionando as decisões do Copom. O índice de difusão também ficou elevado, em 61,50%, demonstrando uma inflação mais espalhada. A bandeira vermelha patamar 2 foi quem mais contribuiu para esta alta. Agora para novembro a Aneel reduziu a bandeira tarifária para amarela, mesmo com um risco hídrico e os acionamentos das térmicas. Essa redução da bandeira tarifária tende a auxiliar no controle da inflação para novembro.
Os FIIs de recebíveis acabam observando rendimentos mais elevados com esta inflação mais alta. Considerando os seus preços, isso gera uma rentabilidade maior para eles.
Apesar da alta na inflação, os juros futuros tiveram uma pequena redução esta semana, até ensaiaram uma redução maior, mas a nossa NTNB 2035 acabou fechando em 6,59%.
Por fim, recomendo novamente a leitura das cartas iniciais dos fundos da Vinci, sempre muito bem escritas e nos ajuda a entender o momento econômico. É possível o assinante ler uma delas aqui em VCRI11, no seguinte LINK.
