Dados econômicos

A Anbima divulgou os dados de sua expectativa de inflação (IPCA) para setembro e outubro. Para setembro a expectativa é de nova deflação, de -0,12%, já para outubro, a expectativa é de inflação de +0,38%.

Confirmado esses dados, os rendimentos dos FIIs de recebíveis vão seguir pressionados ao longo de todo esse semestre e começo de 2022, motivo pelo qual seguimos em tom de acompanhamento.

Um dado importante e que pode gerar novas valorizações dos FIIs de tijolo, com eventual queda dos juros futuros, são as expectativas de inflação divulgadas no boletim Focus. A última divulgação apontava para uma inflação em 2022 de 6,40%, a décima primeira queda semanal, ocorre que esse índice não parece muito condizente com as expectativas da Anbima. Para essa inflação ocorrer, confirmada as expectativas da Anbima para setembro e outubro, o IPCA precisará ser na média de 0,83% nos meses de novembro e dezembro, o que não parece muito alinhado com o movimento que estamos observarmos nos índices, nos preços das commodities e até mesmo nos efeitos da elevação dos juros que vamos começar a observar.

Para termos um comparativo, usando os dados da Anbima e supondo que a inflação de novembro suba para 0,50%, para alcançar os 6,40%, a inflação de dezembro precisaria ser de 1,20%.

Assim, a minha visão é que aquela expectativa de inflação deva seguir reduzindo para um patamar mais próximo de 5,90%, o que deve propiciar uma leve redução dos juros futuros, podendo gerar mais um pouco de valorização nos FIIs de tijolo e nos valores patrimoniais dos FIIs de recebíveis.

Capital autorizado não ser acionado quando abaixo do VP – O caso do JSRE11 e a inovação do mercado

Quando citei da proposta de alteração do JSRE11, além da crítica da trava para troca de gestora, elogiei a atitude de colocar que emissões no capital autorizado só ocorreriam quando no VP ou acima, tratando como uma inovação.

Bem, o elogio segue e ainda é uma proposta pouco seguida pelos fundos; no entanto, há um equívoco ao citar que é uma inovação, uma vez que o HFOF11 já traz isso em seu regulamento desde 2020, quando houve a alteração.

Curiosamente os demais fundos da Hedge não possuem esta cláusula, apesar de a Gestora já ter se posicionado em diversas oportunidades de que não fará emissões abaixo do valor patrimonial. Mas o fundo da Hedge já tem isso há 2 anos em seu regulamento.

Assim, excelente a proposta do JSRE11, mas já temos outro fundo fazendo isso.

FoFs – Fundos de fundos e seus valores patrimoniais

Esta semana os fundos divulgaram seus novos valores patrimoniais, com base no fechamento de agosto e os fundos que mais tiveram alterações foram os FoFs. No caso dos FoFs da nossa carteira, o RFOF passou do VP de R$ 81,31 para R$ 86,61, fazendo com que haja um desconto sobre o valor patrimonial de 13%. Já BLMR11 passou de R$ 7,93 para R$ 8,49, mas a valorização de sua conta fez com que o fundo passasse a negociar com um desconto de 6%.

Dois FoFs, com as mudanças dos VPs, que devem continuar ocorrendo, mas agora em menor quantidade, dois fundos seguem destacados como excelentes e muito descontados, o primeiro é BCIA11, com um desconto de 17% sobre o VP, bastante considerável, e o segundo é HGFF11, com um desconto de 14% sobre o VP.

É importante destacar que o BCIA11 tem uma das carteiras mais concentrada em FIIs de recebíveis, com 46,80% da carteira nesses fundos; no entanto, não vislumbro uma queda muito significativa em seus rendimentos recorrentes em razão disso. A maior posição da carteira (8,50%) é em KNCR11, fundo totalmente CDI e que aumentou rendimento e a segunda maior posição é em HGCR11, fundo com uma posição relevante em CRI. Depois, RFOF11 segue com excelente desconto sobre o valor patrimonial e vai seguir entregando um bom rendimento recorrente.

O que comprar na Carteira Recomendada - destaques

Todos os fundos que estão marcados com “compra” na carteira recomendada estão com esta recomendação, a qual é revisada todas as semanas; no entanto, duas vezes por mês faço os destaques que, na minha avaliação estão mais descontados, para aquele assinante que não vai comprar toda a carteira ou quer aumentar uma posição específica. Minha avaliação nesse momento é que quase todos os fundos de tijolo em nossa carteira estão próximo de um preço justo com base nos juros de nossa economia, ou seja, aquele grande desconto que vim falando nos últimos meses deixou de existir.

Isso significa que os FIIs estão caros? Não, eles estão em um preço justo com base nos juros. Como eu tenho a visão de estarmos em um bom momento do ciclo imobiliários, em que será mais fácil repassar reajustes inflacionários para os contratos de locação e até aumentar alguns aluguéis acima da inflação, os fundos de tijolo seguem como uma excelente opção de investimento de longo prazo e para o objetivo de uma carteira de FIIs; no entanto, não temos mais aqueles descontos como antes. Não seria de descartar algumas oscilações para baixo e para cima, mas mantendo a estabilidade dessas cotações agora, como escrevi no relatório de 04/09/2022.

Depois, como também escrevi naquele relatório, os fundos vão começar a fazer emissões, momento que o investidor também consegue aumentar a sua exposição por valores abaixo daquele de mercado. Assim, importante que o investidor evite a ansiedade de momentos que um ou outro fundo dê alguma “disparada” na sua cotação. Na próxima página você encontrará os fundos na qual enxergo maiores destaques de compra atualmente.