Recomendação Cultural
Somos da opinião de que cultura é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. E isso acaba fazendo de você um investidor melhor, tenha o assunto a ver com finanças ou não. Assim sendo, gostaríamos de oferecer uma indicação quinzenal da qual gostamos e achamos que seria útil.
Futebol Máximo - Youtube
Resolvi dar uma inovada essa semana e compartilhar um canal bem interessante que conheci. Ainda acho que futebol não é nada que deva tomar muito o tempo do leitor, mas digamos que você já seja um pouquinho viciado nesse esporte coletivo; ou, ainda, que você seja botafoguense e, animado com a fase, esteja consumindo mais esse tipo de produto.
Pois bem, esse é um canal muito bem produzido, com análises e scouts. Bastante matemática e conhecimento tático do esporte.
Não é nada parecido com TV aberta, onde há musiquinhas emocionantes, torcedores chorosos e poetas frustrados que fizeram jornalismo.
É mais discreto.
É bem mais o meu estilo.
Crônicas de Mercado
Periodicamente procuraremos trazer textos (crônicas) para nossos assinantes com o objetivo de levar a uma reflexão mais profunda sobre o mundo dos investimentos, assemelhando-o a nossa vida cotidiana, afinal, investir sempre fará parte da nossa vida cotidiana. Denominamos esses textos como “Crônicas de mercado”, e cada um deles virá com um tema diferenciado.
Agora Inês é morta
“Agora Inês é morta” era uma das expressões preferidas da minha vó. Assim que me entendi por gente tive curiosidade de saber de onde vinha tal expressão.
Pois bem... Ao que parece, é uma história e tanto, de dar inveja até mesmo a Shakespeare.
Lembro com carinho ao leitor que, mesmo que tente jogar nas 11 de vez em quando, nunca fui professor de história. Assim sendo, peço compreensão caso eu fale uma bobagem muito grande – o que poderia soar deveras óbvio, caso o leitor tivesse mais de 600 anos ou se lembrasse muito bem daquela determinada encarnação.
Estamos falando mais ou menos do ano de 1340.
D. Pedro I era príncipe de Portugal. Vivia junto à nobreza e era devidamente casado.
Muita calma nessa hora. Não estamos falando de D. Pedro I que foi imperador do Brasil, já que essa figura histórica não apareceu antes de 1822 e, neste plano espiritual, as pessoas não costumam viver mais de 10 décadas, quiçá 480 anos.
Beleza... A esposa de D. Pedro tinha uma dama de companhia, que aparentemente faltou as aulas de acompanhante. Digo isso porque ela só fazia companhia para o príncipe, se é que você me entende.
Se fui sutil demais, vou dirimir dúvidas agora mesmo: juntos, os dois tiveram ao menos 3 filhos.
O rei, D. Afonso IV, ordenou que a moça fosse para o exílio, e ela foi morar vários quilômetros longe dali.
A paixão dos dois, no entanto, não esmoreceu, e eles se corresponderam várias vezes por intermédio de cartas, visto que a internet era muito lenta naquele tempo, o que praticamente inviabilizava o uso de e-mails.
Quando a esposa de D. Pedro morreu, o príncipe tratou de trazer a moça de volta do exílio, e passou a morar junto com ela.
Mesmo assim Inês continuou mal quista, de forma que o rei aproveitou a saída do filho, que saiu pra caçar, pra caçar a sua amante.
O príncipe ficou revoltado com o pai, mas nada fez até 3 anos depois da morte de seu progenitor: mandou desenterrar Inês, 5 anos depois de morta, e, mesmo com o corpo em decomposição, levou-o em procissão de Coimbra a Alcobaça, para que pudesse ser condecorada rainha e enterrada a seu lado.
No imaginário coletivo, puseram o esqueleto da moça sentado no trono com uma coroa no crânio, enquanto o novo rei obrigava toda corte a beijar suas mãos, um a um.
Ao que parece, foi por conta do exagero no roteiro de uma peça de teatro - que transmitiu a ideia de realidade na imaginação das pessoas.
A frase “agora Inês é morta”, na versão da crendice, teria sido dita para justificar o absurdo de beijar a mão da defunta.
No entanto, outras versões parecem condizer mais com a realidade, como a que sugere que “agora Inês é morta” foi dita pelo próprio príncipe, resignado, enquanto convencido a não partir para matar o pai no momento em que retornou da caçada.
Assim sendo, usamos essa expressão para basicamente qualquer coisa que estiver acontecendo de forma atrasada. É o famoso “Agora?? Mas agora não adianta!”
Outro dia saí pra pegar Filha da escola.
Aqui na cidade onde moro as pessoas tem uma mania ao volante decididamente estranha. Pra dizer o mínimo!
Cada vez que elas fazem uma manobra brusca, elas colocam a seta no carro. Depois de iniciar a manobra, é claro!
Não tem o menor cabimento uma seta antes da manobra.
Antes da manobra é para os fracos!
Para aqueles que não tem coragem!
Para aqueles que têm tempo a perder (o que não se aplica para a oficina mecânica, aparentemente – que por algum motivo transcendental não deve ser considerado perda de tempo).
Isso, por óbvio, pode provocar uma gama de acidentes.
Não aconteceu comigo até agora porque eu tenho alguma experiência como motorista!
Tenho mais tempo de carteira na vida do que sem carteira!
Além disso, meu anjo da guarda é muito bom de serviço, e faz hora extra caso seja necessário!
Às vezes eu converso bem baixinho com os outros motoristas enquanto eu dirijo. Tipicamente, eu digo algo assim: “Puerra, amiguinho, é agora que tu coloca a seta? Agora Inês é morta!
No mercado financeiro, quanto a bolsa está em alta os seguros são baratos.
Pequenas operações em derivativos, como um collar, por exemplo, podem ser usadas para defender o investidor em caso de queda.
Já quando o mercado começa a cair e todo mundo fica com medo, o seguro dispara de preço!!
É aí que geral começa a procurar seguro pra fazer, pra proteger contra uma possível queda dos ativos.
Aí, meu amigo... Aí não adianta!
Agora Inês é morta.
Plantão de Dúvidas
Anotem em suas agendas, nosso próximo plantão de dúvidas será no dia 16/12 às 19:30.
