Dados Econômicos
Esta semana foi publicado o IGPM de abril e ele surpreendeu consideravelmente. O índice que era esperado em zero, com a Anbima tendo expectativas de -0,04%, fechou em +0,31%, revertendo as duas primeiras prévias do mês, que apontavam para um índice levemente negativo. O índice é reflexo de uma alta das commodities e do dólar.
Apesar da surpresa para cima, o índice ainda está no campo negativo no ano, ou seja, do ponto de vista de juros, nada preocupante.
Esta semana também tivemos decisão sobre os juros americanos e, mais uma vez, os juros foram mantidos. E, segundo o presidente do FED, a inflação americana ainda está muito elevada e cita que deve demorar mais para se ganhar confiança necessária para cortar os juros, aumentando as apostas de que os juros americanos não sejam cortados ainda este ano.
O cenário, apesar de incerto, parece que vai mostrando que realmente os EUA podem precisar de mais tempo com os juros elevados para conseguirem controlar a sua inflação. Mas, antes de citar o impacto, achei interessante citar e deixar o assinante escolher qual notícia quer ler sobre os juros americanos, entre as duas seguintes.
Esta:
Fonte: Valor econômico, conforme hora na imagem
Ou esta:
Fonte: Valor econômico, conforme hora na imagem
As notícias não são contraditórias em si, mas possuem tons diferentes para o mesmo assunto, a primeira um pouco mais pessimista e a segunda um pouco mais otimista. Agora o interessante, mesmo jornal, mesmos jornalistas, mas uma diferença de aproximadamente 2h entre uma e outra.
Mostro isso apenas para o assinante sempre ter atenção com notícias. É importante lermos e checarmos várias fontes antes de podermos refletir, para só então tomar alguma decisão.
Voltando para os juros. Sim, se os juros americanos não forem cortados neste ano, isso deve gerar uma trava para redução dos juros brasileiros; no entanto, é importante lembrar que o spread entre juros reais americanos e juros reais brasileiros segue muito grande. Entendo que a trava de baixa ficaria entre 9,50% e 9%, o que ainda estamos longe.
Na próxima semana teremos reunião do Copom e será interessante não só acompanharmos se teremos novo corte de 50 bps, como o tom do comunicado e da ata.
Os dados econômicos desta semana, aplicados aos FIIs, são positivos para BARI11, com o IGPM vindo no campo positivo. Já as dúvidas sobre os juros e os juros futuros brasileiros, os quais seguem elevados, devem seguir impactando um pouco os FIIs de tijolo.
Agora, diferente das semanas anteriores, já observamos que as quedas dos FIIs de tijolo melhoram a atratividade frente as NTNBs mais elevadas; no entanto, os patamares da NTNBs estão muito elevadas e o investidor não deveria as ignorar e verificar se a sua estratégia inclui comprar esses títulos e aproveitar. Se tiver uma quantia elevada para investir em FIIs, a minha recomendação é distribuir esses valores, pois se esses patamares dos juros futuros seguirem, mesmo com um corte da Selic, devem seguir pressionando os FIIs, especialmente os de tijolo.
