Recomendação Cultural
Somos da opinião de que cultura é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. E isso acaba fazendo de você um investidor melhor, tenha o assunto a ver com finanças ou não. Assim sendo, gostaríamos de oferecer uma indicação quinzenal da qual gostamos e achamos que seria útil.
Shrinking - Apple TV
O título em português é o péssimo “falando a real”. Me parece uma tentativa de gíria que não se sustenta. Em carioquês, por exemplo, ao menos no meu tempo, teria que se chamar “mandando a real”.
Mas tudo bem. Melhor deixar as traduções doidas para lá.
A 2ª temporada de Srhinking me surpreendeu ainda mais do que a 1ª. A série está tinindo, talvez chegando no seu auge.
Equilibra drama e comédia inteligentemente, e é muito rápida de raciocínio.
Estimulante e inspirador!
Criada por um time de 3 estrelas:
Brett Goldstein, que também atua e fez parte de Ted Lasso;
Bill Lawrence (criador de Ted Lasso, Scrubs e outros)
Jason Segel (ator carismático e roteirista (Forgetting Sarah Marshall e How I met your mother)
O elenco está afiadíssimo e com bastante química.
Vale muito!
Crônicas de Mercado
Periodicamente procuraremos trazer textos (crônicas) para nossos assinantes com o objetivo de levar a uma reflexão mais profunda sobre o mundo dos investimentos, assemelhando-o a nossa vida cotidiana, afinal, investir sempre fará parte da nossa vida cotidiana. Denominamos esses textos como “Crônicas de mercado”, e cada um deles virá com um tema diferenciado.
Anatomia da Anedonia
Huguinho, Zezinho e Luizinho são três irmãos. Eles vivem com o tio, Donald, o que obviamente faz deles órfãos.
Huguinho anda meio deprimido. Não é de agora, já está assim há alguns anos. Ele não sente a mesma alegria nas atividades que costumavam lhe dar prazer.
Zezinho tem a saúde mental um pouco melhor, mas ainda não é nenhum monge, que atinge o nirvana até mesmo sentado de braços cruzados.
Zezinho tem se sentido um pouco ansioso. Ele constantemente se compara a Luizinho, o que é um péssimo hábito.
“Eu gosto de videogame, mas o Luizinho é melhor do que eu. Sempre coloco a chuteira e jogo a minha pelada, mas o Luizinho é sempre escolhido primeiro. Tênis de mesa a mesma coisa... Vôlei... Até mesmo na sala de aula! Tento tirar boas notas e às vezes belisco um quadro de honra no bimestre, mas o Luiz tá sempre acima.
O que é que esse cara tem que eu não tenho, se somos feitos do mesmo material genético?”
Luizinho é o mais relax dos 3.
Sua vida não é perfeita, afinal ele não é um personagem de história em quadrinhos.
Apesar disso, podemos dizer que é emocionalmente sadio, curte os seus hobbys e até mesmo faz mais sucesso com as patinhas do que os irmãos.
O que será que está acontecendo aqui?
A anedonia é um sintoma psicológico caracterizado pela diminuição ou incapacidade de sentir prazer em atividades antes consideradas agradáveis.
Ela foi descoberta há várias décadas, primeiramente ao observarem pacientes depressivos e esquizofrênicos. Chegou-se a achar que ela só iria aparecer por ali mesmo.
Mas isso era antigamente. Hoje em dia a neurociências ganhou demais em tecnologia! Isso faz com que ela possa plugar, lépida e fagueira, uma série de eletrodos na cabeça de pessoas vivas sem medo de que elas sejam sumariamente assassinadas.
Descobriu-se, portanto, que a anedonia é provocada quando há um desalinhamento forte neuroquímico no cérebro.
Imagine, por um momento, os três irmãos comendo o mesmo hamburger (que obviamente não é feito de carne de pato).
O prazer das mordidas e a percepção do sabor não estão no hamburger, mas sim no cérebro dos irmãos.
E o que faz um dos cérebros desfrutar de mais prazer do que o outro?
O ser humano foi “projetado”, se assim me permitem, pra sentir prazer por tarefa realizada.
Lembre da sua época de faculdade. Uma matéria, tipicamente, durava 1 semestre.
O que te dava mais prazer? Acertar uma questão ao estudar o livro ou passar na prova final? Na prova final, é claro! Na prova final há um senso de realização, de completude... tudo o que poderia ter atingido naquela meta foi atingido, portanto o cérebro do sujeito pode liberar bastante prazer!
Imagine 3 dimensões do ser humano. Na verdade, elas são infinitas, isso é multifatorial. Mas pra efeitos de crônicas, vamos considerar apenas “vida afetiva”, “vida profissional” e “autocuidado”.
Luizinho, o mais feliz dos 3, já tem um nível de contentamento perto do máximo em várias dimensões. 8 pontos de 10, por exemplo. Assim, cada realização libera muito prazer a ele.
Para a mesma realização, ou mesmo mordida no hamburguer, Huguinho só passará de 5 para 6, e sentirá menos alegria.
Zezinho, o mais triste dos 3, passará de 1 para 2, e por isso curtirá muito menos.
Há, portanto, clara vantagem em possuir “notas altas internas de satisfação”. Quem já conseguiu mais tende a ser mais feliz mesmo.
Mas qual é a solução pra quem irá começar a corrida lá de trás?
Podemos inferir aqui que a grande jogada é querer menos!
Lembra de Buda? “Expectativa gera frustração”?
Queria menos. Deseje menos. E consiga! Aos poucos, você vai elevando a barra sem perceber e se sentindo bem menos triste e frustrado.
Na bolsa, muitos investidores têm decepções em suas próprias vidas. Possuem, muitas vezes, até anedonia.
Logo, há mais dificuldade em produzir dopamina, e mais facilidade em ficar suscetível a vícios e adições.
Se você fica olhado o Home Broker sem parar e opera muito mais do que sabe que seria necessário, reflita bem!
Pode ser uma tentativa de obter pequenas frações de dopamina, mascarando seus problemas principais.
Deseje menos e aos poucos vá empilhando suas realizações. Uma conquista leva a outra, mas não é um processo rápido. É bem demorado.
Quero ver você se cuidando mentalmente!
De que adianta aquele investimento genial se você não conseguir curti-lo?
Plantão de Dúvidas
Anotem em suas agendas, nosso próximo plantão de dúvidas será no dia 14/01 às 19:30.
