Investimento de longo prazo. Só faça se já tiver o de curto prazo.
É comum recebermos pedidos de aconselhamento para investir dinheiro “para o longo prazo”, sendo que o objetivo por trás é obter um retorno maior em razão do risco maior.
Quando questionamos o que é “longo prazo” ficamos sempre surpresos com o fato de haver uma consciência clara que são prazos superiores a 5 anos, preferencialmente a 10 anos.
No entanto, passados 6 meses do aconselhamento, não é incomum escutarmos frases do tipo “sabe aquele investimento de longo prazo, então, vou precisar dele”. Nesse momento, muitas vezes o retorno é negativo e deixa o investidor bastante frustrado, afinal, o investimento era para dar um retorno maior e não prejuízo.
É isso que muitas vezes acontece quando o investidor não consegue definir com clareza quais recursos devem ir para o investimento de longo prazo e quais recursos devem ir para o de curto prazo.
Assim, vamos entender o motivo de existir este tal “investimento de longo prazo”.
O objetivo de um investimento de longo prazo é justamente assumir mais risco e ter retornos maiores. E um desses riscos é a alta volatilidade que este investimento terá, como é o caso da bolsa de valores.
Veja o gráfico abaixo, o retorno do IDIV (índice que mede as ações pagadoras de dividendos da bolsa de valores):
Observem. Em 10 anos o gráfico é ascendente, ou seja, um dinheiro investido 10 atrás, geraria um retorno bem positivo. Mas isso ocorre por se ter 10 anos de investimento.
Agora vamos dar um zoom em um pequeno período, de 01/02/2018 a 01/07/2018:
Vejam como o retorno já é negativo.
Pois é, se usasse um investimento tipicamente de longo prazo por um curto prazo de tempo, este é o risco que você assume, ter um prejuízo.
Por isso, não adianta você achar que pode fazer um investimento de longo prazo, caso não tenha um investimento de curto prazo. Imprevistos ocorrem conosco o tempo todo e uma pessoa só poderá fazer o primeiro investimento, caso tenha o segundo.
A busca por retornos melhores faz com que nós nos enganemos, acreditando que já somos capazes de fazer investimentos de longo prazo, quando não somos. Não por falta de capacidade técnica ou intelectual, mas por falta de outros investimentos que permitam tal ato.
Assim, antes de investir no longo prazo, como na bolsa de valores, tenha os investimentos de curto prazo.
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